28 de Maio de 2025

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INSETO-DA-GALHA AJUDA A TRAVAR EXPANSÃO DA ACÁCIA-DE-ESPIGAS NAS DUNAS DE MIRA

INSETO-DA-GALHA AJUDA A TRAVAR EXPANSÃO DA ACÁCIA-DE-ESPIGAS NAS DUNAS DE MIRA

No âmbito da Semana Ibérica sobre Espécies Invasoras, Mira acolheu a ação “Na Mira das Invasoras”, dedicada à sensibilização e controlo ecológico da acácia-de-espigas (Acacia longifolia), a planta invasora mais comum nas dunas e pinhais da região.

O destaque foi a observação do inseto-da-galha (Trichilogaster acaciaelongifoliae), introduzido há três anos como agente de controlo biológico, que impede a produção de sementes da acácia ao formar galhas nas flores — um método seguro para pessoas e restantes espécies.

Com a presença dos investigadores Liliana Neto Duarte e Francisco Alejandro Lopéz Nuñes, os participantes percorreram as dunas da Praia de Mira e verificaram a eficácia da propagação do inseto, apesar dos desafios causados por zonas regeneradas após o incêndio de 2017, onde crescem acaciais mistos.

A manhã incluiu ainda a remoção simbólica do chorão-das-praias (Carpobrotus edulis), noutra ação de controlo, com o objetivo de travar a sua expansão sem comprometer a estabilidade das areias.

Foram avaliados vários habitats dunares prioritários classificados de Rede Natura 2000, identificando-se espécies nativas importantes para a restauração ecológica, como a sabina-das-praias, camarinha, verbasco-das-areias, narciso-das-areias ou o pinheiro-manso.

Os investigadores alertaram para a importância da remoção ativa das invasoras, permitindo às espécies autóctones recuperar o seu espaço natural.

Ao final do dia, no Centro Interpretativo da Casa e Cultura Gandaresa, no Seixo, uma palestra esclareceu dúvidas sobre o uso do inseto-da-galha, desmistificando receios: este método não erradica a acácia, mas reduz a sua reprodução, sem riscos para o ecossistema ou saúde pública.

Iniciativas como esta são essenciais para informar e envolver a população, promovendo decisões conscientes e eficazes na proteção da biodiversidade local. Só com conhecimento e ação coletiva será possível restaurar os ecossistemas dunares — em benefício de todos.

 

Aplicações no seu telemóvel para conhecer e registar: BioDiversity4All e iNaturalist, com comunidades e projetos locais, incluindo registo de espécies invasoras. Permitem registar observações de plantas e animais com georreferenciação, fotografias e identificação colaborativa. Excelente para avistamentos de galhas e outras interações bióticas registar plantas e animais ou vestígios de avistamentos.